domingo, 30 de maio de 2010

Te[a]m[p]o

Te amo, digo baixinho para o Tempo não escutar. Digo baixinho, pois o Tempo tem andado sacana comigo nesses últimos dias. Fico aqui parada dentro do meu quarto, imóvel para o Tempo não me ver, quem sabe assim ele sai da minha cola. Fico perdida com o Tempo atrás de mim. Ele sabe que meu tempo é diferente do dele, que é diferente de outros Tempos que andam nas ruas por aí. Fico aqui quietinha para ver quanto Tempo tem a saudade. Não sei ainda, mas continuo a me perguntar “Quanto Tempo tem a saudade?” às vezes mudo de pergunta “Quanta Saudade tem no Tempo?”, mas acho que dá na mesma as duas perguntas, continuo aqui deitada esperando o Tempo passar. Fico na espera do Tempo passar, para meu corpo passar pelo Tempo e eu ter tempo dentro do Tempo. Tempo para quando você chegar eu lhe abraçar, lhe sentir, lhe olhar. Eu sei que tudo tem um Tempo. Tempo do vento quando ele vem e balança as folhas das árvores. Tempo do balanço balançar com o vento que passou no Tempo e o embalo ficou. Tempo do balanço parar das folhas caírem.
Enquanto fico aqui deitada penso que o Tempo e o Vento são amigos, pois o Tempo não passa, só o vento no meu rosto que passa, toca como se fosse um véu. Contemplo o céu sendo tocada pelo vento e é nesses momentos que sinto que o meu Tempo e o seu Tempo estão juntos, sincronizados lado a lado no mesmo espaço.
Na demora do Tempo passar agarro lembranças pelos pés, desse cotidiano meu, que mudou. Vejo que a percepção de tudo está disfocada e ora lenta, ora descompassada no bater do ponteiro.
Minha mãe me ensinou a rezar quando criança e no desespero para que o Tempo passe oro ao relento do tempo, faço um pedido e um acordo, para que o Tempo me traga de volta o Tempo perdido, vivido e desmedido dessa saudade indelével da pessoa amada. Rogo ao Tempo para que junte nossos Tempos.
Não sei se o Tempo me escuta, mas na escuridão do quarto durmo, para o Tempo passar e um novo dia nascer.



Elisandro Rodrigues e Vanessa Lopes

Mistura de culturas,
Rio Grande do sul e Minas

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Eno, você deu vida às minhas palavras
 e corpo à minha saudade!


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terça-feira, 18 de maio de 2010

Pedido de Desculpa


Desculpe, se minha saudade é grande, capaz até mesmo de transformar palavras tão doces
em palavras tão ásperas. Desculpe- me, é que a solidão tomou corpo. Chegando a estar
palpável, e desde então ela não me dá sossego, insiste em soprar ao pé do ouvido
- que estou só - todos os dias.
Desculpa.


Termino assim, com um sentimento sem definição,
que ultrapassa a linha da Saudade.


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Te amo
Preta

terça-feira, 4 de maio de 2010

Trinta Dias

' Se me olhar no rosto
Vai ver
As tristes marcas
No sorriso...'




Trinta Dias..
.. e agora, contagem regressiva nos próximos 30 dias.
.. êta, tempo que não passa.
Saudade!

 
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Preta